Um recente estudo realizado por cientistas da University of the Sunshine Coast, Austrália, e publicado na revista Scientific Reports afirma que o uso excessivo de smartphones e dispositivos portáteis faz com que um número crescente de jovens desenvolva uma alteração no corpo, mais concretamente um desenvolvimento ósseo incomum localizado na parte de trás do crânio. Normalmente, os crescimentos são de 2,6 centímetros de comprimento, mas podem atingir os 3,1 centímetros.
A pesquisa foi realizada em 1200 pessoas com idades compreendidas entre os 18 anos e os 86 anos. Os cientistas acabaram por verificar que este crescimento ósseo ocorreu em 33% dos participantes, mas foi mais comum nas pessoas entre os 18 e os 30 anos de idade. Isto foi contrário ao que estariam à espera de verificar uma vez que estas projecções ósseas normalmente crescem durante um longo período de tempo, logo esperava-se também o seu desenvolvimento em pessoas mais velhas, mas o estudo acabou por provar o contrário, inclusive que com o evoluir da idade existe uma redução na probabilidade do seu crescimento.
Chegado o momento de validar o porquê deste facto, os cientistas basearam-se em estudos que sugeriram que o uso dos smartphones está associado a más posturas para indicar que os dispositivos móveis são os culpados. Passar várias horas por dia com o pescoço curvado para baixo, sem parar de mexer nos equipamentos, é responsável por novas pressões na região da base do crânio, às quais o corpo responde depositando novos ossos. O resultado, segundo a hipótese, é este estranho estímulo ósseo.
“A nossa hipótese é que o uso de tecnologias modernas e dispositivos portáteis pode ser o principal responsável por essas posturas e o subsequente desenvolvimento de características cranianas robustas e adaptativas em nossa amostra”, concluem os autores do estudo.